ÁREA RESTRITA

  • PROFISSIONAIS DA SAÚDE

FODMAPs e as Doenças Inflamatórias Intestinais

Compartilhe essa publicação

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no pinterest
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no email

Por: Karla Dupin de Almeida e Patrícia Nayara Estevam

O QUE SÃO FODMAPs?

Segundo dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (2017), sintomas como o excesso de gases, diarreia ou intestino preso e inchaço abdominal são condições que podem estar diretamente relacionadas com o consumo de determinados alimentos e sua má digestão. Tais sintomas acometem grande parte da população em geral, porém, para quem possui alguma doença inflamatória intestinal (DII), isso pode se tornar mais recorrente do que imaginamos.

Alguns recursos terapêuticos vêm sendo estudados para o tratamento eficaz destes sintomas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e o bem estar do paciente, um deles é a dieta com baixo teor de FODMAPs. Mas afinal de contas, você sabe o que são eles?

O termo parece complexo, porém, hoje vamos entender melhor o que significa e porque algumas pessoas tem adotado esse tipo de estratégia em sua alimentação.

      A palavra FODMAPs representa as iniciais em inglês para: Fermentable, Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols (oligosacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis).

F ermentable 

O ligosaccharides

D isaccharides

M onosaccharides

A nd

P olyols

      Na prática são um grupo de carboidratos que estão distribuídos em diversos alimentos (em sua maioria considerados saudáveis) e que são pouco absorvidos no intestino, são altamente osmóticos e rapidamente fermentados pelas bactérias que ali habitam, ocasionando produção de um grande volume de gases e distensão abdominal. Se identifica com algum desses sintomas? Confira agora a descrição de alguns alimentos ou ingredientes que contém altos teores de FODMAPs e outros que apresentam baixo teor e que portanto devem ser priorizados no momento de montar o prato:

CATEGORIA ALIMENTOS COM ALTO TEOR DE FODMAPs (EVITAR) ALIMENTOS COM BAIXO TEOR DE FODMAPs (CONSUMIR)
Frutas Maçã, pera, melancia, ameixa, manga, pêssego Abacaxi, morango, uva, kiwi, maracujá, melão, banana, limão, amora
Vegetais e leguminosas Aspargos, couve, couve-flor, brócolis, alho, cebola, alcachofra, repolho, beterraba, feijão, grão de bico Cenoura, pepino, alface, berinjela, abobrinha
Leite e derivados Leite animal (vaca, cabra e ovelha), iogurte, queijo fresco, nata, sorvete Leites vegetais (coco, arroz e amêndoa), leite sem lactose, queijos duros e bem curados
Adoçantes Sorbitol, manitol, xilitol, mel, xarope  de milho rico em frutose melaço, estévia e a maioria dos adoçantes artificiais

 

Fonte: Universidade de Monash (adaptado).

      Ainda não são totalmente esclarecidos pela comunidade científica, quais são os reais efeitos desta prática terapêutica em portadores de DII, uma vez que os dados bibliográficos disponíveis ainda são limitados. Porém, sabe-se que ela pode ajudar muito na diminuição e controle dos sintomas grastrointestinais. A dieta de baixo teor em FODMAPs deve ser sempre realizada em contexto clínico, com o devido acompanhamento de um Nutricionista para evitar possíveis deficiências nutricionais, pois esta abordagem tem um caráter restritivo, podendo colocar em risco o estado nutricional do doente assim como alterar a microbiota intestinal.

Dicas da Nutris:

  • Para o indivíduo que não sente desconforto ao consumir alimentos que contenham FODMAPs, não há motivo para que estes alimentos sejam eliminados da dieta, principalmente pelo fato de a maioria deles serem muito saudáveis.

  • Deixar as leguminosas como o feijão e o grão de bico de remolho de um dia para o outro ajuda a diminuir a concentração de FODMAPs nesses alimentos.

  • Essa estratégia alimentar é prescrita temporariamente (normalmente de 4 a 6 semanas) e a reintrodução dos alimentos ricos em FODMAPs é realizada aos poucos até que os gatilhos sejam identificados.

  • Procure sempre um profissional habilitado para orientá-lo e cuide-se!

Referências Bibliográficas Consultadas:

  • Catassi GCELSGC. The Low FODMAPS Diet: Many Question Marks for a Catchy Acronym. 2017:9.
  • O’Keeffe M, Lomer MC. Who should deliver the low FODMAP diet and what educational methods are optimal: a review. J Gastroenterol Hepatol. 2017; 32 Suppl 1:23-26.
  • Ferreira, M.Z.V.B. Aplicabilidade de uma dieta de baixo teor em FODMAPs na Doença Inflamatória Intestinal .Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, 2018.
  • Krause : alimentos, nutrição e dietoterapia/ L. Kathleen Mahan, Sylvia Escott-Stump, Janice L. Raymond; [tradução Claudia Coana et al.].- Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
  • FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA (Brasil). Dieta com baixo teor de fodmaps. 2017. Disponível em: <http://www.fbg.org.br/Publicacoes/Noticia/detalhe/5>. Acesso em: 03 mar. 2017.
  • MAAGAARD, Louise et al. Follow-up of patients with functional bowel symptoms treated with a low FODMAP diet. World Journal Of Gastroenterology, v. 22, n. 15, p.4009-4019, 2016.

 

“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”. (William Shakespeare)

 

Karla Dupin de Almeida Nutricionista (CRN9: 22497)

Patrícia Nayara Estevam. Nutricionista (CRN9: 22025)

Karla Dupin de Almeida e Patrícia Nayara Estevam são nutricionistas voluntárias da ALEMDII, formadas pelo UNEC, Centro Universitário de Caratinga.

Compartilhe essa publicação

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no pinterest
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no email

Publicações relacionadas

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Publicações recentes

Área do usuário

Não possui uma conta?
Clique em registrar para se cadastrar.

Assine nossa Newsletter

Não quer perder nada da ALEMDII? Cadastre-se e receba as publicações mais importantes sobre Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa!