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Manifestações extraintesinais das DIIs

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As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) podem apresentar, além dos sintomas gastrointestinais típicos (diarréia, hematoquezia, cólicas abdominais entre outros), sintomas referentes a acometimentos de outros órgãos e sistemas conhecidos como Manifestações Extraintestinais (MEI) das doenças inflamatórias intestinais.

Os órgãos mais afetados são a pele, articulações, olhos e o fígado.
As MEI nas DII possuem um impacto negativo importante na morbidade e até mesmo na mortalidade de uma percentagem significativa de pacientes acometidos. A prevalência das MEI nas DII pode variar, de 21 a 36% dos pacientes.
A maioria das MEI das DII apresenta correlação entre episódios de atividade intestinal e exacerbação dos sintomas extraintestinais.
Entretanto, algumas manifestações como, por exemplo, artrite axial, pioderma gangrenoso e colangite esclerosante primária parecem ter um curso independente da atividade intestinal.

Para a grande maioria dos portadores de doenças inflamatórias intestinais os sintomas e problemas se restringem a dores no abdome, diarréia, perda de peso, fístulas e estreitamento das paredes intestinais. Não que isso seja pouco – nas fases de crise essas complicações podem terminar em cirurgia. Mas o que nem todo mundo sabe é que tanto o Crohn quanto a colite ulcerativa podem provocar ainda mais problemas – e em partes do corpo que não têm nada a ver com o intestino. São as chamadas manifestações extra-intestinais, que estão associadas à atividade das doenças e que afetam outros órgãos do corpo além do aparelho digestivo. “Todos os médicos deveriam saber que existem complicações que podem estar associadas a essas doenças e que não se localizam obrigatoriamente no intestino”, diz o Dr. Carlos Brunetti, coloproctologista dos Hospitais Albert Einstein e São José do Brás, em São Paulo. “E aí, não adianta tratar da manifestação isoladamente. Tem que cuidar é da doença.”

MANIFESTAÇÕES ARTICULARES

Artrites – Segundo o Dr. José Goldenberg, reumatologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, a doença de Crohn pode acometer o aparelho locomotor e envolver predominantemente os joelhos e tornozelos. Esta artrite, como é chamada, provoca muita dor – é como se um osso estivesse fraturado e fosse necessário engessar. Na maior parte das vezes, as artrites são migratórias e podem ocorrer em 15% a 20% dos casos. As artrites não deixam seqüelas.

Espondilite anquilozante – Muita gente se queixa de dores na coluna. As explicações para elas são quase sempre as mesmas: carregar peso em excesso, dar um mau jeito, dormir numa má posição e por aí vai. Nos pacientes de DII, entretanto, a coluna e as articulações sacroilíacas podem ser agredidas em 5% dos casos, podendo evoluir para uma espondilite anquilosante, a tal da dor nas costas. E isso independe do controle da doença intestinal. Na verdade, essa manifestação articular pode preceder os sintomas intestinais. “O tratamento medicamentoso dessas artropatias consiste em antiinflamatórios não hormonais, sulfassalazina e, às vezes, infiltrações articulares”, diz o Dr. Goldenberg.

MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS

Pioderma gangrenoso – Começa com uma feridinha, que geralmente fica vermelha ao seu redor, e vai crescendo. As pessoas até chegam a pensar que se trata de um processo de herpes e acabam procurando um farmacêutico para indicar uma pomada. “Isto é o que não deve acontecer”, diz o Dr. Mário Grinblat, dermatologista do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. “Essa lesão de pele, que pode atingir pessoas de qualquer sexo e idade, pode ser uma manifestação de Crohn ou colite – e pode acontecer antes mesmo que a pessoa saiba que tem a doença.” O certo, nesse caso, é procurar um dermatologista para tratar. O pioderma gangrenoso só pode ser curado com corticóides em altas doses, como a Prednisona e a Sulfassalazina.

Eritema nodoso – Esta é uma lesão na pele que é dolorosa e é mais freqüente nas mulheres que têm Crohn, sobretudo naquelas que tomam pílula anticoncepcional. O eritema também atinge mais os membros inferiores do paciente. “É fácil fazer este diagnóstico”, diz o Dr. Grinblat. “Para curá-lo, o paciente deve usar antitérmico para uma febre ocasional e fazer repouso.” Esta lesão tampouco deixa seqüelas.

Em cerca de 20% dos casos as conseqüências do Crohn e da colite podem aparecer em outras partes do corpo.
Aftas na boca, inflamação na pálpebra e manchas vermelhas na pele são algumas das manifestações extra-intestinais

MANIFESTAÇÕES OCULARES

Uveíte — Parece uma conjuntivite, desse tipo contagioso, que passa de uma pessoa para outra após o contágio, mas pode ser uma manifestação extra-intestinal. O olho fica vermelho (a íris, que é a parte colorida) e pode provocar dor, lacrimejamento excessivo e sensibilidade à luz.

Episclerite – Esta inflamação ocorre no tecido que cobre a esclera (a parte branca do olho) ou a pálpebra. Ocasionalmente, pode haver também um nódulo branco que muitas vezes se confunde com um terçol.

Tanto a uveíte quanto a episclerite atingem apenas 8% a 10% dos pacientes de DII. “É importante que os pacientes que têm esses problemas façam uma consulta pelo menos de três a quatro vezes ao ano”, diz o Dr. Luiz Francisco Gervásio, oculista do Hospital São José do Brás, em São Paulo e que atua há 34 anos nesta especialidade.

 

MANIFESTAÇÕES BUCAIS

São inúmeras as manifestações orais referidas na literatura que apresentam uma correlação direta ou indireta com as Doenças Inflamatórias Intestinais e englobam lesões ao nível periodontal, do tecido dentário e das mucosas.

MANIFESTAÇÃO HEPÁTICA

Colangite esclerosante – Começa com uma coceira que aparece em qualquer lugar do corpo e que se agrava mais à noite. Com o passar do tempo, o paciente pode apresentar febre com calafrios e vai ficando amarelo, como se estivesse com icterícia (como os bebês recém-nascidos). Só que desta vez, esse amarelão tem uma outra causa. É que a bílis produzida pela vesícula, que é tóxica, está sendo retida no fígado e depois vai para o intestino. “Isto só acontece com pessoas que têm retocolite”, diz o Dr. Edison Roberto Parise, hepatologista e professor adjunto da Escola Paulista de Medicina. “Mas se ocorrer a coisa pode ficar séria. Pode se transformar numa cirrose e ser necessário um transplante de fígado.” Mas é possível fazer um diagnóstico exato, pois, nestes casos, há uma elevação de enzimas no corpo característica da colangite que o exame de sangue pode comprovar. A colangite esclerosante, felizmente é bem rara.

 

Fontes:

  1. Revista ABCD em FOCO
  2. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto
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Em hipótese nenhuma deve substituir as orientações médicas, a realização de exames e ou, tratamento. 
Em caso de dúvida consulte seu médico!

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