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Minha vida na Alemanha, depoimento de Patricia

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 Mein deutsches Leben.

Mudar de país era um sonho. Cheguei na Alemanha em 2014 cheia de expectativas, comecei a aprender a língua, conheci pessoas que mais tarde se tornaram grandes amigos… Acho que Deus já tinha planejado uma base de apoio pra me acolher.

6 meses depois de ter mudado pra cá, fui diagnosticada com retocolite ulcerativa. Naquele instante eu só tinha meu marido, que se desdobrou entre emprego novo, país novo, língua nova, pra ser meu pai, enfermeiro, amigo, TUDO!

No início eu fiquei totalmente perdida, não fazia idéia da gravidade da doença e o que ela poderia provocar. Os médicos inicialmente me trataram com esteróides, diziam que era cedo demais pra começar  com imunossupressores.

Mas as crises não davam trégua. A cada 4 meses eu tinha outra, e outra. Eram dores abdominais insuportáveis, muito sangramento, febre alta, fadiga crônica, me lembro que eu ia 20 vezes ao banheiro por dia, chorando e rezando pra que tudo aquilo acabasse logo. Fora as complicações extras como: vasculite, bactéria Clostridium Difficile, vírus CMV, pancreatite, pneumonia, catapora, úlceras na boca, anemia, herpes ocular e dores articulares terríveis.

 

Comecei a tomar o primeiro biológico sem muito sucesso. Duvidei dos médicos. Pensei: só pode ter algo de errado com o tratamento daqui. Marquei uma consulta com um médico referência em Berlim. Ele me indicou outro medicamento biológico e pediu pra que eu tivesse paciência pois o efeito poderia demorar.

Nessa altura eu já estava há um ano sem sair de casa. Eu literalmente assisti a mudança das estações pela janela. Não existia a chance de sair por causa da urgência de ir ao banheiro e pelo desgaste físico que a doença acomete. Foi uma fase muito difícil, onde envolvia muita insegurança, medo de morrer, constrangimento e tristeza profunda por adiar todos os meus planos, sem saber quando é que essa dor chegaria ao fim. 

Só quem já lutou por sobrevivência sabe o quanto as coisas do mundo externo se tornam supérfluas. Vaidade? vai pro final da sua lista. Emprego? Você só quer acordar sem dor e ter uma boa noite de sono. Encontros com amigos? Festas? Você só quer passar um dia em outro cômodo da casa que não seja o banheiro. É uma luta física e emocional intensa, mas como diz aquele ditado “o que não mata, fortalece”, a dor nos faz crescer. Fazer terapia também foi essencial para minha recuperação e aceitação

Outra parte essencial na minha recuperação foi e ainda é a minha filha canina Nina. Foram incontáveis horas que ela passou ao meu lado, sempre disposta a me dar atenção. Esse amor de animal é extraordinário! Assim como todo o carinho e atenção da família que, mesmo à distância, foi fundamental para mim.

Atualmente estou tomando o terceiro biológico e sigo na busca da remissão, porém muito mais forte fisicamente e emocionalmente. Desde 2015 venho mudando radicalmente minha alimentação. Não consumo glúten, lactose, produtos industrializados, não bebo álcool, diminui drasticamente o açúcar e procuro me alimentar o mais natura possível. Faço atividades físicas leves (yoga e caminhadas) e tomo diversos suplementos vitamínicos. Isso foi o que consegui reunir depois de muita pesquisa e não é uma receita exata: é o que eu acredito que faça bem para mim.

Sou muito grata por ter encontrado a página da Alemdii e poder ler relatos de superação. Quanta gente forte e corajosa!!! Só me motiva ainda mais a encarar de frente essa doença e ajudar de alguma forma quem está no mesmo barco que eu. Parabéns pela sensibilidade, acolhimento e empatia!

Estamos juntos nessa!!!

 

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Importante: Os conteúdos disponíveis neste portal são exclusivamente educacionais e informativos. 
Em hipótese nenhuma deve substituir as orientações médicas, a realização de exames e ou, tratamento. 
Em caso de dúvida consulte seu médico.

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