A Importância da Alimentação nas Doenças Inflamatórias Intestinais

8 de abril de 2019 | ALEMDII, DOENÇA DE CROHN, DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS, QUALIDADE DE VIDA, RETOCOLITE ULCERATIVA | 0 Comentários

Alimentação é mais que ingestão de nutrientes. Ela envolve características sociais e culturais que afetam diretamente a saúde humana. A alimentação saudável e equilibrada é fundamental para que todos os indivíduos, doentes ou não, tenham uma boa qualidade de vida.

O conceito de alimentação saudável e equilibrada é lindo, não é mesmo? Hoje em dia somos bombardeados a todo momento e em todos os lugares com informações sobre alimentação: O ovo tadinho, passou anos sendo vilão de nossas refeições e hoje é considerado um dos melhores e mais completos alimentos do mundo. O tão tradicional pãozinho francês e o leite de vaca foram demonizados pela presença do glúten e da lactose, respectivamente. E a dieta Low Carb? Pode ou não fazer? Suco verde detoxifica o fígado mesmo? De fato, falar de nutrição gera muitas dúvidas!

Agora pare e pense na seguinte situação: ser proibido de comer seus alimentos preferidos, recusar sair com os amigos para uma festa de aniversário repleta de docinhos e salgadinhos deliciosos, ter medo de realizar refeições em público e ter sempre que ficar perguntando onde fica o banheiro. Perece estranho para você? Então saiba que essa é a realidade dos portadores de Doenças Inflamatórias intestinais (DIIs).

Dor e distensão abdominal, cólicas, náuseas, vômitos, diarreia, emagrecimento e desnutrição são alguns dos sintomas que podem ser manifestados pelos portadores e a alimentação se encontra diretamente relacionada com esses sintomas, uma vez que poderá agravá-los ou amenizá-los.

 

 

O plano alimentar do paciente com DII deve ser individualizado e deverá considerar algumas características, como por exemplo:

  • Quais sintomas são manifestados;
  • Qual parte do trato gastrointestinal está acometido pela doença;
  • Se o paciente se encontra em estado de crise ou remissão;
  • Presença de deficiências de micronutrientes (ferro, vitamina B12 e vitamina D, por exemplo);
  • Presença de intolerâncias e alergias alimentares (lactose, glúten), entre outras.

Não existem evidências científicas que comprovem que a inclusão ou exclusão de determinados alimentos na rotina alimentar possam prevenir ou curar as DIIs. Porém, sabemos que nossas escolhas alimentares trazem diretamente um impacto ao nosso organismo. Você é o que você come! Sendo assim, o paciente deve saber reconhecer quais alimentos, para ele, pioram o quadro inflamatório e agravam os sintomas para que possa evitá-los.

A terapia nutricional nas DIIs tem como objetivo: diminuir a atividade da doença, manter e/ou recuperar o estado nutricional do paciente, aumentar o tempo de remissão da doença, reduzir as indicações cirúrgicas e as complicações pós-operatórias.

 

Dicas das Nutris:

Evite o consumo de alimentos processados e ultraprocessados como os refrigerantes, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, bolachas recheadas, etc (tudo aquilo que são calorias vazias e não nos trazem os nutrientes que necessitamos);

Reserve um tempo do seu dia para selecionar e preparar suas próprias refeições. Dessa forma você terá a certeza do que estará consumindo e poderá ficar despreocupado;

Seja criativo na cozinha. Invente receitas novas, utilizando ingredientes que você possa comer e não piore os sintomas;

Ingira bastante líquidos (água, água de coco e sucos de frutas coados);

Escute seu corpo: saiba identificar os alimentos que lhe faz mal e evite consumi-los ao máximo;

Faça um acompanhamento com um nutricionista. Relate seus sintomas e anseios, não tenha medo de falar o que está acontecendo. Ele poderá te direcionar a respeito do melhor tratamento a ser feito e da necessidade de suplementação de alguns nutrientes que não estão sendo alcançados pela alimentação.

 

Referências Bibliográficas:

  • Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira /Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
  • Silva, Sandra Maria Chemin Seabra da. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia I Sandra Maria Chemin Seabra da Silva, Joana D’ Are Pereira Mura. – 2.ed.- São Paulo: Roca, 2010.
  • Tavares, L. F, et al. Gastronomia na promoção da saúde; doença inflamatória intestinal/ São Paulo: Springer Health do Brasil, 2016.

 

“Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente”.
(William Shakespeare)
  • Autoras do texto:

Karla Dupin de Almeida – Nutricionista

Patrícia Nayara Estevam. – Nutricionista

 

 

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